domingo, 26 de agosto de 2007

É necessário informar.

Existem milhares de blogs, sítios e portais com bastante qualidade na formação e informação teológica catequética e pastoral. Revistas, jornais, folhas paroquiais é coisa que não falta… quem sabe se até em demasia!!! A rádio está em força e a televisão já foi uma tentativa… o programa ecclesia é razoável.

Então porque é que a formação, a informação, a mensagem, não chegam onde deve supostamente chegar?

"Pelo segundo ano consecutivo, o Santuário de Fátima oferece uma semana de férias às mães que estão a tomar conta dos seus filhos deficientes em suas casas, para que ambos possam usufruir de um momento diferente de descanso."

A quem chegou esta informação?

Falamos de dentro para o interior…

"A Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa está a promover um curso de ensino à distância (curso pela Internet) de Síntese Catequética Avançada."

A quem chegou esta informação?

"Na próxima segunda-feira hà reunião de noivos!!!...."

Os interessados estão lá para ouvir?

Vem aí um novo ano pastoral.

Nas nossas comunidades as informações são para quem quase não tem necessidade delas (experiência da minha comunidade)…


Que canais estão a falhar? Que outros meios de comunicação? Como fazer? Sinceramente não sei. Gostaria de ouvir experiências positivas.

sábado, 25 de agosto de 2007

O senhor tem o poder de controlar o relógio?

O malandro do tempo que passamos a vida a querer controlar, contornar, contentar…
Até nos queixamos que ele nos controla, nos escraviza, nos martiriza…
Mas, vai daí, de repente, cai-nos o cronos ao chão e damo-nos conta que a eternidade pode estar aqui…
Olhamos o que estamos a fazer e … acontece a disponibilidade.
“O senhor tem o poder de controlar o relógio?” Perguntava-me a funcionária do balcão. “Nunca mais termina o dia… para poder ir para casa!!!” Ao lado alguém suspirava, enjoada com a conversa e ansiosa por ser atendida. “Não tenho tempo para esperar.”

Eduardo Prado Coelho partiu! Deixou a ideia eterna que muitos não tiveram tempo de ler: mais ou menos isto “fazemos tantas coisas que nem tempo temos para nos apercebermos do que estamos a fazer. Quando paramos para pensar então estamos a fazer cultura”

Como eu gostava de ter a calma suficiente para me chamarem calmeirão!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

BUSCAR A VERDADE


Bento XVI defendeu que a verdadeira vocação do homem consiste em "buscar a verdade". O Papa dirigia-se aos participantes do encontro organizado pelo movimento eclesial Comunhão e Liberação, a decorrer na localidade italiana de Rimini.
Falando sobre o tema deste encontro, "A verdade é o destino para o qual fomos feitos", o Papa assegurou a sua oração "para que, através das múltiplas iniciativas programadas, o Meeting seja para muitos uma ocasião fecunda de reflexão e de confrontação para viver a vocação mais profunda do homem: ser buscador da verdade e, por isso, de Deus".
A 28ª edição do Meeting pela Amizade entre os Povos, em Rimini, prolonga-se atté 25 de Agosto e tem um programa de 118 encontros com centenas de conferencistas sobre temas religiosos, culturais, políticos, de ciência e arte, para além de espectáculos, exposições e manifestações desportivas.
O encontro foi inaugurado pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone. Na homilia da Missa inaugural, o Cardeal reconheceu que hoje "dá a impressão de que, no clima de relativismo e cepticismo que penetra a nossa sociedade, chega-se a proclamar uma radical desconfiança na possibilidade de conhecer a verdade".
Comentando as leituras da liturgia dominical, o colaborador mais próximo do Papa explicou que "Cristo é o único que pode identificar a verdade com uma pessoa; Ele é a verdade feita pessoa, feita humanidade, e quem o busca e o segue realiza-se plenamente".

Agência Ecclesia 20/08/2007

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Os Filhos

Uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

(Do Livro "O Profeta")
Gibran Kahlil Gibran

Ex-padre no desemprego

A propósito da notícia do DN de 28 de Junho de 2007 http://dn.sapo.pt/2007/06/28/cidades/lei_canonica_deixa_expadre_desempreg.html

Quero deixar no meu blog o comentário que fiz no blog dos padres inquietos.

Enfrenta dificuldades económicas” e não as enfrenta o Zé, O Manel, o licenciado e o analfabeto que estão no desemprego?
Esta é uma questão do homem da actualidade e o Francisco não é diferente. A pergunta será: que fazer de tantas pessoas que neste momento nem RSI… recebem nem são notícia (ainda bem) por não terem sido ex-padres?
Compete-me a mim, a ti, às instituições, à Igreja e ao próprio estado, colaborar na resolução de tantos problemas como este.
Por ter sido padre quer tratamento especial? Mesmo sendo ex parece continuar a ter uma atitude muito clerical....

Curso de teologia, de filosofia, de história, de literatura… de e de… e sem poder exercer aquilo para que estudou… feliz do licenciado em filosofia que é varredor de ruas e faz isso como se fosse a única coisa possível, desempenhando bem a sua profissão… e tanto licenciado em medicina, em enfermagem, em direito … exercendo tão mal aquilo para que foi preparado mesmo tendo a sorte de o exercer…

A liberdade. Não foi o Francisco livre de escolher? Foi e escolheu. São estas as regras do jogo e não nos podemos queixar das regras quando vamos jogar e as aceitamos. São injustas? Talvez… vamos então tentar mudá-las. O celibato é uma regra que talvez deva ser mudada. … louvor à honestidade do Francisco na decisão! Crítica e desaprovação àqueles padres que mantêm situações dúbias por conveniência e falta de coragem.
O uso da liberdade supõe o aceitar das consequências. Francisco, não admitas nem queiras ser coitado. Sê grande na decisão e no assumir das consequências.

A igreja “Aliás, aquilo que o bispo açoriano teve a iniciativa de fazer em seu benefício - a indicação para o lugar de professor de Educação Moral e Religiosa em dois estabelecimentos de ensino na ilha de São Miguel - recusou, por não aceitar que o caso lhe tivesse sido posto como "um favor e excepção". A falta de humildade também não é lá muito cristã.

O que me parece que deve ser tido em conta é a incapacidade da igreja de aproveitar pastoralmente este e tantos outros casos de homens de fé, com o seu saber e saber fazer. Mas também leigos divorciados, mal casados, casados segunda vez… aí está a cegueira, a teimosia, o anátema, o zelo rigorista excessivo e prejudicial no entendimento da PESSOA. Não sei se Francisco é homem de fé… compete à igreja, aos cristãos ajudar o Francisco sem condenações, anátemas, excomunhões, integrando-o na comunidade e aceitando o que ele tem para dar e receber. A integração na comunidade é o papel da igreja... o perdão... o "ninguém te condenou"...

Abraço, Francisco. Ser cristão é muito mais do que exercer o curso de teologia… quantos padres mesmo com o curso de teologia, mesmo estando no activo, ao serviço, dando-se por inteiro... não passaram já fome e tiveram de ser pedreiros, metalúrgicos etc. para terem sustento e assim poderem continuar a exercer o ministério? Quem tem ouvidos para ouvir… oiça.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

SOU PELA PAZ...

Uma das coisas que eu gosto de observar são as T-shirts que as pessoas trazem vestidas. Pequenas mensagens ambulantes. Umas fazem-nos rir, o que bem precisamos. Outras fazem-nos pensar… ou não! “Sou pela paz” dizia uma dessas T-shirs que uma jovem usava ontem. Passou por mim a correr num hipermercado, não sei se a fugir de si própria se atarefada no esquecimento de si e dos outros que a rodeavam. Passou empurrando-me, alheada do mundo e dos outros, na ânsia de lutar contra o tempo. Nas costas “sou pela paz”… Também sou desse club… Eh! Eh! Todos nós somos… mas que paz?!!! A paz interior que brota do eu sossegado? A paz que brota do comodismo? A paz que quero para os outros? A paz do desassossego, da instabilidade? Todos nós passamos o tempo a dizer “deixem-me em paz”. Envergamos essa camisola. E esta jovem, atarefada na corrida contra o tempo, passou. Talvez na missa da manhã tivesse dito “a paz esteja contigo”… talvez seja ateia… ou missionária! Talvez a seguir discuta com o namorado ou com o marido, talvez a seguir compre um chocolate para calar o filho que lhe pede atenção. Talvez a seguir dê uma esmola para calar o pedinte ou a consciência … ou não. Talvez tenha vestido a camisola, à pressa, sem olhar para o que estava escrito nas costas. Talvez pertença a um grupo que tem este lema. Ou será uma campanha contra o ruído ou contra qualquer outra coisa… talvez seja adepta do Paulo Teixira Pinto do que apelou à paz no BCP... ou será o markting de alguma bebida?
Talvez alguém tenha olhado e pensado: “Vou para casa ouvir um pouco de música… dá-me uma paz!!! “ outros terão rezado ali mesmo pela paz no mundo. Alguém terá comprado um pau de incenso com aroma de paz. E a paz ali passou a correr. Passou pela rua do sofrimento, pela rua da amargura, pela rua do sossego, pela rua da igreja, e parou na caixa do consumismo. Talvez à noite esta jovem tenha despido a camisola e dito. “Preciso de ter uma noite de paz. Amanhã é dia de trabalho.”
Viva a paz … ou não!!!

sábado, 11 de agosto de 2007

Venham as notícias do futebol....

Fátima, Fado e Bola….

A peregrinação do 15 de Agosto já não é motivo de grandes notícias, não vende jornais. O fado é demasiadamente triste e a Amália já morreu. A bola… já não é o que era e o Eusébio ainda está vivo.

A gripe das aves não matou tanta gente como a imprensa esperava e por isso entrou no esquecimento depois de ter enchido os cofres de uns tantos e levado à miséria outros. Este ano o S. Pedro estragou os planos aos meios de comunicação e ajudou o governo que assim teve um sucesso espectacular na estratégia de prevenção dos fogos florestais.

Comecem, por favor o campeonato de futebol, com muitos casos que possam ser notícia.

Talvez assim o caso “Madeleine” possa ser feito de notícias verdadeiras, sem manobras de diversão, sem consequências perversas para a investigação, sem protagonismos, com verdade e, fundamentalmente, sem o uso do sentimento colectivo como motivo de “diversão”, de comércio, de…

Nunca me senti tão pouco informado, nunca me senti tão manipulado, nunca tive tanta informação. Abaixo a in-formação.
Mantenham-me ignorante daquilo que querem que eu saiba, para que eu possa saber o que alguém não quer que eu conheça e possa assim estar informado do essencial!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

São as coisas boas da vida…


Esta frase: eu ouvi, eu disse, e hoje apeteceu-me pensar.
Que coisas boas? Andamos de facto tão atarefados que complicamos. Usamos o “complicador”…

O complicador é o instrumento mais utilizado na nossa vida. Temos a mania de teimar em chamar “nossa” à vida! Muito nós gostamos do que é nosso…
Começa aqui o uso do complicador. Teimamos em dar demasiada importância a coisas que são complicadas e esquecemos as coisas simples da vida. Hoje acordei com uma dor de cabeça tremenda. O que é? O que foi? Porquê? … e fiquei pior! Se em vez de procurar complicar o raio da “minha” dor de cabeça me tivesse sentado calmamente a tomar um café e a usufruir das coisas boas da vida … que não a “minha”!... Usei o complicador… pumba! O sistema bloqueou…

E o que levamos desta vida é o complicador que nos faz pensar que amanhã perdemos a nossa vida e por isso temos de aproveitar … o quê? O que temos ou não temos e gostaríamos de ter?... Deixemos este barco navegar sem perder a noção de que nós, os outros e o mundo (de que não podemos viver alheados) são a única coisa boa da vida, são a própria vida. Este barco vai passando pelas coisas e elas ficam e nós vamos, aproveitando novas marés, novos sóis, novos ventos, sempre bons porque não são nossos.

Ser simples é muito mais do que não ser complicado. É ser verdadeiro, é prestar atenção, é ouvir com o coração e é falar sem pretender ter as “nossas” ideias. Só quem não usa o “complicador” (é simples) pode estar na vida para os outros sem perder o essencial…

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Felicidade

Alguém me segredou um dia
Que havia uma praia
Lá…
Bastava procurar.
Não tinha placas
A indicar o caminho.
Não tinha estrada.
Nem se via ao longe
Nem do cimo de nenhuma montanha.

Segredaram-me o nome:
Praia da Felicidade.

Era composta de falésias,
Rochas pontiagudas,
Areia dourada,
E a água era tão temperada
Que em qualquer hora
Do dia, da noite,
Em qualquer época…
Apetecia tomar banho.

Não tinha marés
Nem ondas
Nem sol
Nem sombra
Nem luar ou pôr-do-sol…

Procurei essa praia.
Tanta que vi…

E ao luar
Molhei os pés
Nesta…
Que não está no mapa.
Senti o prazer de tomar banho!!!
E alguém me segredou que voltasse…
E eu fiquei
E chamei-lhe simplesmente:
Felicidade.

E o mar
Murmura-me aos pés
Que amanhã já não será igual
Mas que será o mesmo.

E nesta praia
Todos os momentos
Procuro aquela
Que me segredaram
Ser
A Praia da Felicidade.