domingo, 7 de dezembro de 2008

Um deus que está em toda a parte...

Ontem ouvi, num daqueles poucos programas de televisão que vejo, e que se dizem de humor.
Ouvi alguém que dizia com um humor que só os inteligentes podem ter e que a minha ignorância não consegue perceber...
Ouvi: esse deus mandrião que está em toda a parte sem fazer nada. Esse deus que fez tudo em seis dias e depois descansou. Esse deus que não fez os prédios e os mandou fazer aos homens. Vai trabalhar... deus!!!

Tem razão amigo... Mas... nesse deus também não creio!!!
O Deus em quem eu creio consegue rir-se de um humor diferente. Não é um deus que está em toda a parte… não é dos que está em toda a parte sem fazer nada… Estás na história dos homens que constroem prédios à sua imagem e semelhança! Dos homens e mulheres de todas as condições,que amam, que criam, que auxiliam, que riem e choram com os demais. Está onde há Amor, Verdade, Justiça, Busca, Alegria, Perdão, ...

Fazer humor é como fazer amor... é só para quem ama!!!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ainda comunistas e cristãos

Deixo aqui um mail que me foi enviado:

Boa Noite. Encontrei o blog "hoc opus" e li um post notável sobre Cristianismo e Comunismo.Como é assunto que me interessa particularmente, procurei um email do jornal "Mealhada Moderna" e enviei o texto que segue ao Director.Esclareço que não conheço a Mealhada- a não ser de passagem-, vivo em Lisboa, e por isso senti-me à vontade pois não faço insinuações pessoais.Aproveito para agradecer o seu blog/post, visto que me permitiu denunciar a intrujice daquele texto. Cumprimentos.

Ex.mo Director Como leitor ocasional do jornal que V.Exa dirige com grande sobriedade, fiquei um pouco perplexo com o artigo sobre os católicos e os comunistas.É muito frequente fazer-se esta comparação, em regra, para denegrir os católicos ou a Igreja Católica.Há até aquela expressão falaciosa e acéfala "Cristo foi o primeiro comunista"!Na realidade, o Cristianismo não tem nada a ver com o comunismo/marxismo/leninismo ou qualquer que seja a roupagem que se lhe queira vestir.O marxismo/leninismo/comunismo baseia-se, em termos filosóficos, no materialismo: dialéctico e histórico; Marx copiou a dialéctica de Hegel para a sua análise Histórica. Reduz o Ser Humano à biologia, sem dimensão espiritual, o oposto do Cristianismo.Para não alongar, cito Lenine: "O que constitui a base do marxismo é o materialismo dialéctico...absolutamente ateu, resolutamente hostil a qualquer religião". In "Obras" Tomo XV pág. 371 Cristo pregou a não-violência, a igualdade entre os seres humanos, a solidariedade, o perdão aos inimigos.O marxismo propõe luta (de classes), revolta, violência, desigualdade ("vanguarda da classe operária" que conduz o povo).As experiências do marxismo redundaram nas maiores tragédias da Humanidade:Estaline criou 500 campos de concentração (gulags), onde morreram 15 milhões de pessoas- segundo os arquivos das polícias.Mao assassinou 70 milhões de seres humanos, segundo a pesquisa de Jung Chang em "MAO a História Desconhecia" Bertrand Editora.Sobre Estaline: "Os Ditadores" de Richard Overy; "Estaline A Corte do Czar Vermelho" de Simon Montefiore.Sobre "CHE": "CHE A Vida em Vermelho" de Jorge Castañeda.Todos estes livros descrevem, com base em documentos ou autobiografia, a vida de assassinos destes personagens seguidores do marxismo/leninismo/comunismo.Inerente à violência, está a disciplina férrea: utilização das armas pela "vanguarda" para controlar e matar quem desobedece- síntese do "socialismo real" que degenerou nas mortes relatadas naqueles documentos, especialmente em Che Guevara, pelo tom vivo e real da autobiografia.Na Igreja Católica, os dogmas são assumidos, não impostos: quem não acredita é livre de sair; e há muitos milhares que o fazem, o que só prova a não imposição. Será que Madre Teresa de Calcutá, ou os dezenas de milhares de seguidores de centenas de Instituições, viveu atormentada com a "imposição" dos dogmas?Para finalizar: sou um simples leigo sem quaisquer responsabilidades na Igreja Católica; mas há limites para a falácia e a intrujice intelectual que subjazem no citado artigo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Comunistas e cristãos

Para os comunistas, a aproximação aos crentes, em participação com as associações políticas, culturais, sociais ou humanitárias não só é pretendida como profundamente desejada
Esta ideia li eu num artigo de opinião do jornal “Mealhada Moderna” de 27 de Agosto de 2008.
“(…) para um activista católico honesto, é tremendamente difícil distinguir mentalmente entre a sua fé, ditada por uma decisão pessoal e livre, e a igreja que lhe impõe uma férrea obediência às orientações de ordem clerical ou dogma.”
Interessante, não fora a rancorosa referência ao Vaticano, à hierarquia, à instituição. Uma visão individualista do que é (ou não) ser cristão. É bom ouvir falar de colaboração e de luta pela mesma causa: a causa dos pobres, dos oprimidos e dos desfavorecidos.
É bom ouvir falar de liberdade religiosa e de tolerância. Mas… “O povo católico está abandonado e sem enquadramento que lhe permite lutar e manter a fé.”
Uma no cravo outra na ferradura. Pensei que iria ouvir falar de luta por uma causa que se chama homem, sociedade justa, igualdade de direitos e deveres… afinal é mais uma publicidade enganosa a fim de engrossar as fileiras de um partido… “bem vindos às nossas trincheiras”.

Tem razão numa coisa que não disse: Os cristãos não têm consciência da sua identidade.
Ou ainda: são pouco conhecedores do pensamento social da igreja derivado do Evangelho e da atitude preferencial de Jesus Cristo pelos pobres e oprimidos.
E também: os cristãos são pouco consequentes na suas atitudes e compromissos no mundo actual.

Deixo uma citação de João Paulo II:
A Igreja não tem soluções técnicas que possa oferecer (…). Com efeito, ela não propõe sistemas ou programas económicos e políticos, nem manifesta preferência por uns e por outros, contando que a dignidade do homem seja devidamente respeitada e promovida e a ela própria seja deixado o espaço necessário para desempenhar o seu ministério no mundo.” SRS 41
E ainda o discurso de João Paulo II na sua visita ao Peru em 1985 “Uma opção preferencial, por conseguinte, não uma opção exclusivista ou excludiente, já que a mensagem de salvação se destina a todos. Uma opção, além disso, baseada na Palavra de Deus e não em critérios definidos pelas ciências sociais ou em ideologias contrapostas que frequentemente reduzem os pobres a categorias sócio-politicas ou económicas abstractas. Uma opção, contudo, firme e irrevogável.”


E finalmente o Compêndio de Doutrina Social da Igreja de 2004 no nº 3:
“(…) a doutrina social cumpre uma função de anúncio, mas também de denúncia. Em primeiro lugar, o anúncio do que a Igreja tem de próprio: «uma visão global do homem e da humanidade». E isto não só ao nível dos princípios, mas também ao nível prático. A doutrina social, com efeito, não oferece somente significados, valores e critérios de juízo, mas também as normas e as directrizes de acção que daí decorrem. Com a sua doutrina social, a Igreja não persegue fins de estruturação e organização da sociedade, mas de apelo, orientação e formação das consciências. A doutrina social comporta também um dever de denúncia, em presença do pecado: é o pecado de injustiça e de violência que de vário modo atravessa a sociedade e nela toma corpo. Tal denúncia faz-se juízo e defesa dos direitos ignorados e violados, especialmente dos direitos dos pobres, dos pequenos, dos fracos, e tanto mais se intensifica quanto mais as injustiças e as violências se estendem, envolvendo inteiras categorias de pessoas e amplas áreas geográficas do Mundo, e dão lugar a questões sociais, ou seja, a opressões e desequilíbrios que conturbam as sociedades. Boa parte do ensinamento social da Igreja é solicitado e determinado pelas grandes questões sociais, de que quer ser resposta de justiça social
.”

Comunistas e cristãos…. Aprendamos…. Não nos entrincheiremos…. Não tentemos impor convicções nem ideologias….

Evitemos a ditadura do espírito… a mais perigosa de todas….

sábado, 9 de agosto de 2008

CRISE DE VALORES

Não é a Igreja que está em crise.
A sociedade está numa crise de valores.
O conhecimento, o respeito, a liberdade, o saber estar, o saber ser, o saber fazer...
A sociedade desconhece estes valores.
A Igreja continua a ter estes valores.
É urgente apresentá-los como pontos de referência.
Eles são necessários, urgentes... para os homens de sempre e de hoje.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A igreja que temos, que queremos ou que somos.


Fátima.

Igreja do Espírito Santo.

As visitas, as curiosidades, a oração.

Pessoas que se passeiam, visitam, fazem silêncio... peregrinam.

E eu no meio deles, anónimo, como quase toda aqueles filhos de Deus.

Depois da visita ao grande espaço interno da Igreja... a visita às capelas.

Entrei numa delas para me recolher num pouco de oração.

Ao centro a mesa do altar. À esquerda uma imagem mariana. À direita o sacrário. No corpo da capela um grupo anónimo reza do lado esquerdo. A maior parte ajoelhado próximo da imagem mariana. Neste grupo também alguém que, pelo cabeção, denunciava ser sacerdote... um homem das novas tecnologias, com o seu PDA em punho. O sacrário "abandonado" do lado direito.

Cá fora uma exposição interessante: "Francisco o amigo de Jesus escondido".
Na capela do lausperene o santíssimo exposto era venerado em silêncio por um pequeno grupo.
Maria que nos aponta o Cordeiro como centro... a mediadora... ou o centro? Sem culpas, sem acusações... um observador descuidado.




segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Partilha

"Dai-lhes vós mesmos alimento."
Se cumprissemos esta ordem de Jesus Cristo em vez de nos preocuparmos tanto com a falta de alimentos que temos para dar... ou não!
E usássemos o que temos ... partilhando ...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

LIBERDADE

A nossa maior grandeza á a grandeza de Deus...
E é por isso que eu creio e quero este Deus:
Criou-nos livres e capazes de escolher.
De escolher negá-lo ou amá-lo.
De escolher o tal fruto proibido...
De lutar pela liberdade... amado ou odiando.
Esta é a maior prova do amor de Deus por mim, por ti, pela humanidade.
E, Ele próprio, me ama... livremete...
Centelha desse amor é o amor que eu sito por aquela que faz os meus dias felizes... mesmo quando imensas árvores proibidas habitam o meu jardim.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

“A Igreja no tempo e em cada tempo”

Já era tempo...
Li e até gostei.
Por isso aconselho a sua leitura.
O Igreja, na pessoa do nosso Cardeal, manifestou-se acerca das relações igreja/estado. Colocou claras algumas coisas...
Aqui vai a transcrição de alguns excertos:

"A Igreja no tempo e em cada tempo”

"18 A Igreja vive e realiza a sua missão, não numa situação ideal, mas num tempo concreto, a sociedade actual, com as suas características muito marcadas, como vimos, pela mutação cultural. Embora a relação primordial da Igreja seja com a sociedade, a quem é enviada, ela não coincide com a sociedade. Esta é plural, variada, aceitando cada vez mais dificilmente qualquer primazia da Igreja, quer na afirmação dos valores morais, quer mesmo na proposta da verdade. A Igreja mestra da verdade, princípio que inspirou, durante séculos, a relação da Igreja com a sociedade, é cada vez menos aceite. O mais claro e essencial do seu Magistério é facilmente relegado para o nível da opinião. Duas atitudes da Igreja são, hoje, melhor aceites: a generosidade do serviço, sobretudo dos mais pobres, e a força do testemunho. "
(...)
"No nosso caso nunca podemos esquecer que os membros da Igreja são parte significativa da sociedade, o que faz com que os desvios desta signifiquem também fragilidade da própria Igreja. Esta deve estar atenta aos dinamismos positivos que surgem na sociedade e reconhecer a convergência entre esses dinamismos e a missão da Igreja. É o que significa o desafio lançado pelo Concílio, de ler continuamente “os sinais dos tempos” e de identificar neles portas abertas ao Reino de Deus. Também assim a Igreja realizará a sua missão na sociedade, de a ir transformando pelo anúncio da mensagem de Jesus Cristo."
(...)
"A Igreja e o Estado
19. O Estado é uma estrutura ao serviço da sociedade, mas também não se identifica com ela. Qualquer tentativa de identificação entre o Estado e a sociedade é génese de poder ditatorial, anti-democrático. Cada um na sua esfera específica, a Igreja e o Estado têm em comum o estarem ao serviço da sociedade. Os pontos de convergência e de possível colaboração entre o Estado e a Igreja, procurando o bem-comum, são de assumir positivamente pelo Estado e pela Igreja. Esse é o espírito da Concordata recentemente celebrada entre a Santa Sé e o Estado Português.
A sociedade portuguesa é uma sociedade democrática, regida pela Constituição, que obriga toda a sociedade e, por conseguinte, também a Igreja. Esta respeita a Constituição, reconhece que ela se aplica a todos os portugueses e respeita e colabora com todos os órgãos do Estado legítimos, isto é, constituídos segundo as normas constitucionais."

(...)

"* A sua laicidade. Longe vão os tempos em que o Estado português se afirmava como católico e reconhecia no catolicismo a sua religião. A sociedade é plural do ponto de vista religioso e, por isso, o Estado não pode ter religião, respeita todas, reconhece-lhe os seus direitos, e reconhece também os que não têm religião. A laicidade afirma-se, assim, como uma neutralidade em matéria religiosa, neutralidade que exige também que a não religião ou o laicismo não se transformem em doutrina do Estado."

"* A separação entre a Igreja e o Estado. É uma exigência da laicidade e pôs termos à mistura de esferas, frequente no estatuto de Estado confessional. “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, ensinou Jesus (Mt. 22,21). As únicas áreas de convergência, que não podem ser de confusão, entre a acção da Igreja e do Estado, são o serviço da sociedade e a busca do bem-comum. Embora a Lei de 1911 fosse uma má Lei, a Igreja aceita e respeita este estatuto de separação. "
(...)

"No que aos órgãos eleitos diz respeito, é a sociedade no seu todo, na pluralidade da sua realidade, que os elege. Os católicos devem assumir a responsabilidade cívica de participarem conscientemente nessa eleição. O único caminho democraticamente legítimo de a Igreja influir nas estruturas do Estado é a participação consciente dos membros da Igreja nos processos democráticos. A Hierarquia respeita a pluralidade de opções partidárias por parte dos católicos. Deve entretanto ajudá-los a formar a sua consciência cívica e a visão dos problemas da sociedade em chave cristã. Também aqui o caminho da Igreja é a evangelização, em ordem a uma visão de todas as coisas iluminada pela fé. A Hierarquia não deve intervir no processo democrático com os métodos do confronto. Os católicos sim, esses podem e devem fazê-lo. "
(...)
"O quadro legal das relações da Igreja com o Estado
21. Além da Constituição, o principal instrumento legal é a Concordata celebrada entre o Estado Português e a Santa Sé. "
(...)
"A Concordata de 2004, tal como já tinha acontecido com a de 1940, precisa de legislação complementar da competência da Assembleia da República ou do Governo, através de Decretos-Lei, processo agora em curso e que deve respeitar o espírito inspirador de toda a Concordata. "
(...)

Lisboa, 18 de Maio de 2008

domingo, 4 de maio de 2008

ACERCA DA DEMOCRACIA

"Num regime democrático, onde as leis e as decisões se estabelecem sobre a base do consenso de muitos, pode atenuar-se na consciência dos indivíduos investidos de autoridade o sentido da responsabilidade pessoal. Mas ninguém pode jamais abdicar desta responsabilidade, sobretudo quando tem um mandato legislativo ou poder decisório que o chama a responder perante Deus, a própria consciência e a sociedade inteira de opções eventualmente contrárias ao verdadeiro bem comum (...) Uma norma que viole o direito natural de um inocente à vida é injusta e, como tal, não pode ter valor de lei". (João Paulo II "O Evangelho da Vida", 90)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

UMA NOVA SOCIEDADE MAIS JUSTA?

Dizia Leão XIII na Rerum novarum nº 2:

"Em todo o caso, estamos persuadidos, e todos concordam nisto, de que é necessário, com medidas prontas e eficazes, vir em auxílio dos homens das classes inferiores, atendendo a que eles estão, pela maior parte, numa situação de infortúnio e de miséria imerecida. O século passado destruiu, sem as substituir por coisa alguma, as corporações antigas, que eram para eles uma protecção; os princípios e o sentimento religioso desapareceram das leis e das instituições públicas, e assim, pouco a pouco, os trabalhadores, isolados e sem defesa, têm-se visto, com o decorrer do tempo, entregues à mercê de senhores desumanos e à cobiça duma concorrência desenfreada. A usura voraz veio agravar ainda mais o mal. Condenada muitas vezes pelo julgamento da Igreja, não tem deixado de ser praticada sob outra forma por homens ávidos de ganância, e de insaciável ambição. A tudo isto deve acrescentar-se o monopólio do trabalho e dos papéis de crédito, que se tornaram o quinhão dum pequeno número de ricos e de opulentos, que impõem assim um jugo quase servil à imensa multidão dos proletários."



O que mudou?



João Paulo II Respodeu na Centesimus annus nº 61:



"No início da sociedade industrial, foi «o jugo quase servil» que obrigou o meu predecessor a tomar a palavra em defesa do homem. Nestes cem anos, a Igreja permaneceu fiel a esse empenho! De facto, interveio nos anos turbulentos da luta de classes, a seguir à primeira guerra mundial, para defender o homem da exploração económica e da tirania dos sistemas totalitários. Colocou a dignidade de pessoa no centro das suas mensagens sociais, após a segunda guerra mundial, insistindo sobre o destino universal dos bens materiais, sobre uma ordem social sem opressão e fundada no espírito de colaboração e solidariedade. Depois reiterou constantemente que a pessoa e a sociedade não têm necessidade apenas destes bens, mas também de valores espirituais e religiosos. Além disso, tendo verificado cada vez mais como tantos homens vivem, não no bem-estar do mundo ocidental, mas na miséria dos Países em vias de desenvolvimento e padecem uma condição que é ainda a do «jugo quase servil», sentiu-se na obrigação de denunciar essa realidade clara e francamente, embora sabendo que este seu grito não será sempre acolhido favoravelmente por todos.
Cem anos depois da publicação da Rerum novarum, a Igreja encontra-se ainda diante de «coisas novas» e de novos desafios. Por isso, este centenário da Encíclica deve confirmar em sua tarefa todos os «homens de boa vontade», e especialmente os crentes."



Mais de mil milhões de seres humanos vivem com menos de um dólar americano por dia, 2.700 milhões de pessoas lutam pela sobrevivência com menos de dois dólares por dia e 880 milhões de pessoas, entre as quais se encontram 300 milhões de crianças, vão todos os dias para a cama com o estômago vazio. Todos os anos, mais de seis milhões de crianças morrem de doenças que se poderiam curar ou evitar como o paludismo, a diarreia e a pneumonia.
Em várias regiões de África, Ásia e América Latina, a pobreza e as carências que esta produz (falta de água, desflorestação, desemprego e falta de assistência médica adequada) põe em perigo a vida de muitas pessoas.
A solidariedade, e não o mercado livre, poderá ajudar os países pobres a vencer estas pragas.


Não obstante, as grandes potências económicas procuram impor o mercado livre ao resto do mundo porque resulta em seu próprio benefício e permite-lhes manter uma posição privilegiada no sector da economia, da investigação, do comércio e do desenvolvimento.
Os estados industrializados do G8 põem muitas dificuldades aos países do Terceiro Mundo desejosos de vender os seus produtos nos mercados internos dos países ricos, os quais utilizam a sua influência junto do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da Organização Internacional do Comércio para exigir que os países pobres abram as suas fronteiras aos produtos dos países industrializados.
Além disso, o sistema económico actual tende a pôr os trabalhadores em competição, impondo reduções salariais e condições laborais cada vez piores.
Dito de outro modo, as grandes potências fixam as regras do jogo económico que mais lhes convém. E, além de imporem a liberalização do comércio de produtos, abriram uma nova frente na área financeira e de serviços, incluindo a saúde, a educação e a água. Trata-se de um projecto muito perigoso, visto que a privatização de serviços tão vitais limitaria o acesso unicamente às pessoas que os possam pagar. Todos devemos ter acesso à água, à saúde e à educação, que não podem ser tratadas como se fossem meras mercadorias
Não podemos aceitar que um grupo reduzido de países da Europa Ocidental, América do Norte e Sudeste Asiático continuem a prosperar enquanto o resto do mundo se afunda cada vez mais na espiral da dívida e na miséria. Não é humano!
Queremos reforçar a ideia de que o mundo precisa de generosidade e de solidariedade. As ajudas são necessárias mas não bastam. Além disso, há que promover a justiça social e a solidariedade global em lugar do medo, da desconfiança, da hostilidade, da competição, das rivalidades e da exploração capitalista. O perdão das dívidas impagáveis é essencial mas se não se alteram as regras do comércio mundial, noivas dívidas não tardarão a substituir as antigas. Um outro mundo é possível. Para continuar a construí-lo, há que recusar o sistema que põe os trabalhadores uns contra os outros. Há que reduzir o poder do capital e fomentar a cooperação internacional e o desenvolvimento da solidariedade a todos os níveis.
No momento em que trabalhadores e trabalhadoras do mundo inteiro celebram a solidariedade que os une, partilhamos a esperança de que chegue um mundo mais justo e, juntos, exigimos um trabalho decente para todos, condição indispensável para erradicar a pobreza e para que todos os seres humanos possam crescer e realizar-se dignamente.

Uma nova sociedade é possível. Todos juntos construi-la-emos
!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

CULTURA LAICA

Passou-me pela mão uma notícia, que deixo aqui citada, acerca da actuação de um grupo coral polifónico deste país e da falta de plateia: (…) “Há um desconhecimento do que é um grupo coral e um grupo coral polifónico e da diversidade de música que este tipo de grupo pode interpretar”,(…)“Existe um preconceito para com a música coral porque há a ideia errada que só contém música sacra. Há uma diferença entre um grupo coral polifónico e um grupo coral litúrgico, sem qualquer desprimor para este.” Dizia o entrevistado e presidente do mesmo grupo. Estranho!!! Muito estranho… mais estranho ainda quando esta afirmação é feita pelo presidente do grupo e não pelo jornalista.

1º - O preconceito é de quem?
2º - A cultura musical agora também é ateia?
3º - Um grupo coral polifónico é diferente de um grupo coral litúrgico? Onde?

Não conheço a realidade (desse coral polifónico) mas conheço outras… muitas outras… Não terá já estado esse senhor presidente em outros eventos culturais em que a música sacra se apresentou na voz de corais polifónicos?
Não conhecerá, por ventura, a história da música?
Não saberá, quiçá, que a maior parte dos grupos corais polifónicos nacionais são litúrgicos, nasceram de grupos litúrgicos ou têm as vertentes da música litúrgica, sacra e profana? (E não digo polifónico e litúrgico por não os achar opostos)!
Se está a falar de qualidade artística … temos de tudo neste mundo… (ou tem ouvido pouco ou quer ser falacioso).

Acaso não será a música sacra polifónica? … ou será que a polifonia não é sacra?
Então e vai realizar um concerto na Igreja local, com o risco de afastar ainda mais as audiências?...

Um grupo coral poderá cantar música litúrgica, sacra ou profana, seja ele de que tipo for. Se é um grupo coral polifónico cantará… e poderá cantar animando a liturgia, ou o espectáculo. E se a peça for de qualidade, e de carácter litúrgico ou sacro, não poderá e deverá ser cantada por qualquer tipo de grupo coral? Poderá um grupo coral dedicar-se à música coral clássica sem cantar música sacra? E um grupo coral, que se destina, em primeira mão, a animar celebrações litúrgicas, não poderá cantar também música sacra ou profana?

Volto ao 1º ponto: de quem é o preconceito? Ou afinal o que está a querer dizer?
Prefiro entender este comentário apenas como lapso de conhecimento e não como forma pouco inteligente de transmitir outros preconceitos ou conceitos ideológicos, subvertendo a opinião pública.

Não será a arrogância uma forma de afastar audiências, mais do que a sacralidade?

Prometo informar-me melhor acerca desse grupo… não vá estar a nascer uma nova forma de cultura através do canto… Talvez a cultura laica!!!

segunda-feira, 24 de março de 2008

RESSUSCITOU

Ressurreição.
O segredo da religião cristã. A novidade. A esperança tornada realidade.
Ainda a confusão eterna que traz tanta gente em contramão:
Ressuscitar,
Eternidade,
Reencarnação,
Reanimação...
e tantos outros termos que racionalmente nos vão confundindo.
Para o cristão, Em Jesus Cristo, ressucitaremos. Esta vontade humana de ser melhor, (de si já uma graça divina) junta-se à vontade de Deus, realizada já em Jesus Cristo. Com Ele ressuscitaremos.

Não somos eternos, não reencarnamos nem seremos reanimados.

terça-feira, 18 de março de 2008

Páscoa ... finalmente!


Páscoa… finalmente!
Das trevas surge a luz.
Dos duros caminhos
Surge a estrada.
Da cruz da quaresma
A ressurreição.
Da opressão
A liberdade da Nova Aliança.


Páscoa finalmente.
As tão esperadas férias no Havai, no Brasil ou na Ricolândia dos que nada são.
E passa a Páscoa por ser um momento de compra de passagens para quem se continua a recusar passar da morte à vida, fugindo dum país de pobres (pobres cristãos) que não querem aliança com os pobres vizinhos (sem dinheiro nem esperança) a quem a igreja continua a não ter capacidade para anunciar a Nova Aliança de Deus com os mais necessitados.
Páscoa do coelho importado, das amêndoas, dos folares, dos compassos, de tudo … da opressão.
VIVA A LIBERTAÇÃO!
VIVA A LIBERDADE!

domingo, 27 de janeiro de 2008

PROJECTO VIDA

Fiquei feliz.

Há um “projecto vida” a funcionar na América latina.
Gente que se dedica a amar os repudiados da sociedade, do mundo… parece que do próprio Deus!
Gente que abraça, que dá carinho, que ouve sem paternalismos ou pena (a pior coisa que se pode ter de alguém), sem pieguices. Gente que sabe chamar a SIDA pelo nome e é capaz de dizer a quem a tem “és portador de HIV”.
Sem mais, esta notícia é apresentada pela National Geografic.
Gente que se preocupa em acariciar mas também em mover meios junto dos governos da Guatemala e outros, para apoios a fundos estatais. Que não distribui preservativos nas escolas (pelo prazer inconsequente) mas que aconselha o seu uso como medicamento preventivo.
Isto existe e basta. Mesmo que não seja notícia de primeira, segunda ou última página.
Existe e dá resultados. Dá mais resultado que a notícia das orgias de Cristiano Ronaldo.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Lei do tabaco

A nova lei acerca do tabaco é óptima. Vivam os locais sem fumo, sem a poluição provocada pelo inspirar e expirar do fumo do tabaco.
Apenas ainda não tirei as minhas conclusões acerca do que é a lei: será uma lei para preservar a saúde pública tal como a lei que proíbe o ruído e a poluição provocada pelos tubos de escape dos automóveis no centro das grandes cidades (e não só)? Será uma lei como a que proíbe a emissão de gases para a atmosfera pelas fábricas que o governo não fiscaliza? Ou como a lei que proíbe o abate de baleias ou o uso de fetos humanos para o fabrico de cosméticos?
A mim parece-me mais uma lei anti fumadores, demasiadamente fundamentalista para ser uma lei para o bem do cidadão. E depois… quando defendida por ex-fumadores que… no seu ataque cerrado a fumadores… mais parece gente psicologicamente afectada por uma qualquer carência.
Em resumo: estou a favor de uma lei que defende a saúde pública, bem como o direito de, como cidadão de um país livre e democrático, poder escolher locais não poluídos, (pelo fumo do tabaco) para tomar o meu café, ler o meu jornal e ouvir toda a espécie de impropérios verbais, daqueles que apenas constam de dicionários eruditos, poluindo os ouvidos de quem frequenta os locais públicos. Ainda bem que não tenho dinheiro nem vicio para frequentar casinos, onde a poluição é menos importante que o jogo ou a presença de entidades fiscalizadoras…
Agora só espero pela subida dos impostos (para pagar esta despoluição) a fim de tapar o buraco deixado pela baixa de impostos do tabaco (ouvi falar em 175 milhões de euros)… que vou ser eu, usufruidor de espaços não poluídos, a ter de pagar.
Ah! E vou ter de pagar também os gastos da DGS com as consultas gratuitas com médicos especialistas, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros, nos SAP que ainda restam, para apoiar os que querem deixar de fumar…
Será que também vai sair a lei que obriga a calar todos aqueles que poluem o ambiente com o seu bafo pestilento de governantes prometedores de mentiras? E a lei de calar a comunicação social que polui os ouvidos dos ministros e governantes que não gostam de ouvir as verdades?
E a lei anti ruído provocada pelas sirenes dos batedores da polícia que segue à frente dos carros dos ministros?

Ou será esta mais uma lei feita por maçónicos (entenda-se maçónicos como os que são contra os maços de tabaco) na linha de abolirem de uma vez por todas o fumo do incenso e das velas em lugares públicos como catedrais, igrejas e capelas… ou, com uma visão mais internacional, abolir os fumos da chaminé da capela sistina do Vaticano, evitando assim a eleição de futuros papas!
Ah! Gostaria de saber se, num restaurante, posso marcar uma mesa romântica, iluminada à luz de velas…?