quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Comunistas e cristãos

Para os comunistas, a aproximação aos crentes, em participação com as associações políticas, culturais, sociais ou humanitárias não só é pretendida como profundamente desejada
Esta ideia li eu num artigo de opinião do jornal “Mealhada Moderna” de 27 de Agosto de 2008.
“(…) para um activista católico honesto, é tremendamente difícil distinguir mentalmente entre a sua fé, ditada por uma decisão pessoal e livre, e a igreja que lhe impõe uma férrea obediência às orientações de ordem clerical ou dogma.”
Interessante, não fora a rancorosa referência ao Vaticano, à hierarquia, à instituição. Uma visão individualista do que é (ou não) ser cristão. É bom ouvir falar de colaboração e de luta pela mesma causa: a causa dos pobres, dos oprimidos e dos desfavorecidos.
É bom ouvir falar de liberdade religiosa e de tolerância. Mas… “O povo católico está abandonado e sem enquadramento que lhe permite lutar e manter a fé.”
Uma no cravo outra na ferradura. Pensei que iria ouvir falar de luta por uma causa que se chama homem, sociedade justa, igualdade de direitos e deveres… afinal é mais uma publicidade enganosa a fim de engrossar as fileiras de um partido… “bem vindos às nossas trincheiras”.

Tem razão numa coisa que não disse: Os cristãos não têm consciência da sua identidade.
Ou ainda: são pouco conhecedores do pensamento social da igreja derivado do Evangelho e da atitude preferencial de Jesus Cristo pelos pobres e oprimidos.
E também: os cristãos são pouco consequentes na suas atitudes e compromissos no mundo actual.

Deixo uma citação de João Paulo II:
A Igreja não tem soluções técnicas que possa oferecer (…). Com efeito, ela não propõe sistemas ou programas económicos e políticos, nem manifesta preferência por uns e por outros, contando que a dignidade do homem seja devidamente respeitada e promovida e a ela própria seja deixado o espaço necessário para desempenhar o seu ministério no mundo.” SRS 41
E ainda o discurso de João Paulo II na sua visita ao Peru em 1985 “Uma opção preferencial, por conseguinte, não uma opção exclusivista ou excludiente, já que a mensagem de salvação se destina a todos. Uma opção, além disso, baseada na Palavra de Deus e não em critérios definidos pelas ciências sociais ou em ideologias contrapostas que frequentemente reduzem os pobres a categorias sócio-politicas ou económicas abstractas. Uma opção, contudo, firme e irrevogável.”


E finalmente o Compêndio de Doutrina Social da Igreja de 2004 no nº 3:
“(…) a doutrina social cumpre uma função de anúncio, mas também de denúncia. Em primeiro lugar, o anúncio do que a Igreja tem de próprio: «uma visão global do homem e da humanidade». E isto não só ao nível dos princípios, mas também ao nível prático. A doutrina social, com efeito, não oferece somente significados, valores e critérios de juízo, mas também as normas e as directrizes de acção que daí decorrem. Com a sua doutrina social, a Igreja não persegue fins de estruturação e organização da sociedade, mas de apelo, orientação e formação das consciências. A doutrina social comporta também um dever de denúncia, em presença do pecado: é o pecado de injustiça e de violência que de vário modo atravessa a sociedade e nela toma corpo. Tal denúncia faz-se juízo e defesa dos direitos ignorados e violados, especialmente dos direitos dos pobres, dos pequenos, dos fracos, e tanto mais se intensifica quanto mais as injustiças e as violências se estendem, envolvendo inteiras categorias de pessoas e amplas áreas geográficas do Mundo, e dão lugar a questões sociais, ou seja, a opressões e desequilíbrios que conturbam as sociedades. Boa parte do ensinamento social da Igreja é solicitado e determinado pelas grandes questões sociais, de que quer ser resposta de justiça social
.”

Comunistas e cristãos…. Aprendamos…. Não nos entrincheiremos…. Não tentemos impor convicções nem ideologias….

Evitemos a ditadura do espírito… a mais perigosa de todas….

sábado, 9 de agosto de 2008

CRISE DE VALORES

Não é a Igreja que está em crise.
A sociedade está numa crise de valores.
O conhecimento, o respeito, a liberdade, o saber estar, o saber ser, o saber fazer...
A sociedade desconhece estes valores.
A Igreja continua a ter estes valores.
É urgente apresentá-los como pontos de referência.
Eles são necessários, urgentes... para os homens de sempre e de hoje.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A igreja que temos, que queremos ou que somos.


Fátima.

Igreja do Espírito Santo.

As visitas, as curiosidades, a oração.

Pessoas que se passeiam, visitam, fazem silêncio... peregrinam.

E eu no meio deles, anónimo, como quase toda aqueles filhos de Deus.

Depois da visita ao grande espaço interno da Igreja... a visita às capelas.

Entrei numa delas para me recolher num pouco de oração.

Ao centro a mesa do altar. À esquerda uma imagem mariana. À direita o sacrário. No corpo da capela um grupo anónimo reza do lado esquerdo. A maior parte ajoelhado próximo da imagem mariana. Neste grupo também alguém que, pelo cabeção, denunciava ser sacerdote... um homem das novas tecnologias, com o seu PDA em punho. O sacrário "abandonado" do lado direito.

Cá fora uma exposição interessante: "Francisco o amigo de Jesus escondido".
Na capela do lausperene o santíssimo exposto era venerado em silêncio por um pequeno grupo.
Maria que nos aponta o Cordeiro como centro... a mediadora... ou o centro? Sem culpas, sem acusações... um observador descuidado.




segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Partilha

"Dai-lhes vós mesmos alimento."
Se cumprissemos esta ordem de Jesus Cristo em vez de nos preocuparmos tanto com a falta de alimentos que temos para dar... ou não!
E usássemos o que temos ... partilhando ...