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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

VIDA E PAZ

Comunidade Vida e Paz (CVPaz) é uma organização de inspiração cristã, tutelada pelo Cardeal-Patriarca, sem fins lucrativos que se dedica a apoiar as pessoas sem-abrigo com o objectivo último de assistir a sua recuperação humana, tornando-os participantes activos na sociedade.
A CVPAZ é, também, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), com sede em Alvalade. Embora seja de inspiração cristã, a CVPaz congratula-se com o facto de ter o apoio de numerosas entidades e pessoas de diferente fé e diferente fundamentação humanística, que se lhe unem no sentido de prestar serviço à sociedade.
Todas as noites – sem excepção – três equipas de nove pessoas percorrem três voltas distintas na cidade de Lisboa, distribuindo uma ceia (sempre que possível, duas sandes, um bolo, leite e fruta) e roupa a cerca de 450 pessoas sem-abrigo.
Esta actividade diária permite ir conhecendo a situação em que cada pessoa está e assim tentar obter-lhes a ajuda que necessitam (pode ser médica, psicologia, jurídica, etc). O desenvolvimento desta relação permite dar a conhecer e encorajar estas pessoas para um programa de reinserção que lhes forneça as principais ferramentas para se transformarem em cidadãos autónomos e participantes.


in Agência ecclesia

Porque comentamos sempre o negativo, o insólito, o vergonhoso... e nunca comentamos o positivo louvando-o? Hoje no Evangelho: os cegos vêem, os coxos andam ... e a Boa Nova é anunciada aos pobres. A igreja de Jesus Cristo é, nesta notícia, portadora da realização da Boa Nova no já da história. ALELUIA. O alimento para os esfomeados é também o novo nome da paz! E uma das linguagems dos cristãos.

Deve ser efeito da proximidade do natal... hoje não fui maledicente!
Hoje também a comunicação social se rendeu ao positivo...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Imagine-se pois...

Imagine-se, pois…Imagine-se um mundo em que a cada um fosse reconhecido o direito de dar, à sua medida, um contributo para a melhoria de vida dos seus coetâneos e que a isso se chamasse participação.Imagine-se um país em que a educação fosse uma responsabilidade primeira e reconhecida das famílias, a quem se reconheceria o direito e a legitimidade de escolherem o modelo educativo mais ajustado aos seus filhos; imagine-se um mundo em que os Estados reconhe-cessem às sociedades mais próximas dos cidadãos (as associações, instituições particulares de solidariedade social, etc.) o legítimo direito de serem veículo de promoção, apoio e acompanhamento das pessoas, não sendo nunca indevidamente substituídas pelo Estado ou sociedades superiores, antes sendo por estes apoiadas e subsidiadas; imagine-se um mundo em que o direito a ter iniciativa não ficasse no mundo de uns poucos que tudo gerem a seu bel-prazer, estabelecendo os preços que mais lhes convêm porque o monopólio assim lhes permite, mas fosse assegurado a todos com igual condição de oportunidade, e que a tudo isto se chamasse subsidiariedade.Imagine-se, ainda, um mundo e um tempo em que todos sentissem como seus os problemas de todos, em que as questões do bem-estar do mundo, do bem-estar das espécies, do bem-estar e direito a viver dos mais frágeis fosse problema de todos e nunca de apenas alguns, e que a isso se chamasse solidariedade…Imagine-se tudo isto… Imagine-se e deseje-se e concretize-se este mundo e estaremos a tornar real o mundo a que deveria aspirar, em primeiro lugar, a Igreja.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Missão da Igreja

A primeira missão da Igreja é o anúncio testemunhal de Jesus Cristo, que leva à fé cristã e à inerente adesão pessoal e comprometida ao mesmo Jesus Cristo, na Igreja…, adesão marcada pelo Baptismo e demais sacramentos da iniciação cristã. Proporcionar a todos os crentes, antes ou depois do Baptismo, esta iniciação, que se não reduz ao ensino da doutrina mas implica um processo catecumenal, é, com a evangelização, a tarefa mais urgente da Igreja. Com a educação da fé, e intimamente a ela ligada, vem a sua celebração, no sentido forte da palavra, particularmente na Liturgia. Esta, como diz o Concílio, é a meta para que tende a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força. (…).Por fim, todos os baptizados …, como Igreja, tornam o mundo mais conforme o pensamento de Deus e nele vão construindo a Igreja de Cristo. Mas isto exactamente coloca um desafio pastoral: aprofundar a fé das pessoas e das comunidades, crescendo na compreensão do mistério, no conhecimento da doutrina da Igreja e na experiência da oração. É preciso, igualmente, crescer na consciência da co-responsabilidade apostólica, vivida em diálogo e em espírito de serviço, descobrindo que a pluralidade dos dons, dos caminhos e dos contributos de cada um, vivida na unidade da comunhão, é essencial a toda e qualquer comunidade cristã, para que possa ser dinamizada para a missão
Ora, o lugar prioritário e específico dos leigos é a construção do Reino de Deus no Mundo. O interior da Comunidade pode ser uma nova forma de "fuga mundi"
Sabemos todos, é verdade, teoricamente, que igreja não é uma pura instituição humana, antes um "sacramento, um sinal e um instrumento" de Jesus e de Deus. Apesar disso há os muitos que insistem na velha igreja instituição de Trento!
Há também os vão pelo activismo: preciso é fazer, atingir metas, façamos programas, tracemos objectivos, que parar é morrer, e a actividade salva, negando à Igreja a sua vertente sacramental, e querendo-a uma simples associação de simpatizantes…. (praticantes)!

E perde-se assim a Igreja em puras discussões internas, descredibilizando-se perante o mundo e perante si própria. Tenho assistido e participado, ultimamente em acesos debates acerca do que diz o novo papa, do que fazem os bispos e do que devem ser os padres.
- Não estará a Igreja a esquecer o sua missão fundamental: familiarizar-se com Deus e ser d’Ele testemunha?
- Não estará a esquecer o seu crescimento na igualdade humana e sua dinamização também na sociedade, debatendo-se em chamar mestre e senhor, dentro e fora de si?
- O falso ídolo do endeusamento dos que são bons e maus não estará a atormentar demasiado a Igreja, impedindo-a de crescer no serviço do anúncio?
- E o mandamento novo… onde está…? Onde está o vede como eles se amam?
- Dai de graça o que recebeste de graça e o Senhor fará crescer o número daqueles que amam.
Parece o Governo português… e não só…, mais preocupado com questões internas do que com a sua missão? Mais preocupado em colher impostos do que em usá-los justamente… mais preocupado com os 2,1% de consumo de combustível em Espanha do que em aliviar-lhe a carga fiscal…
Temos um tesouro e preocupamo-nos mais em construir a caixa forte do que em o aministrar…

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A voz da Igreja acerca da globalização

Analisando o contexto actual, além de se divisar as oportunidades que se abrem na era da economia global, percebem-se também os riscos ligados às novas dimensões das relações comerciais e financeiras. Não faltam, efectivamente, indícios reveladores de uma tendência para o aumento das desigualdades, quer entre países avançados e países em desenvolvimento, quer no interior dos países industrializados. A crescente riqueza económica possibilitada pelos processos descritos é acompanhada por um crescimento da pobreza relativa.

A contínua deterioração dos termos do comércio de matérias-primas e o agravamento da diferença entre países ricos e países pobres levou o magistério a chamar a atenção para a importância dos critérios éticos que deveriam orientar as relações económicas internacionais: a busca do bem comum e o destino universal dos bens; a equidade nas relações comerciais; a atenção aos direitos e às necessidades dos mais pobres nas políticas comerciais e de cooperação internacional. De outra forma, os «povos pobres ficam sempre pobres e os ricos tornam-se cada vez mais ricos»

«A liberdade das transacções só é equitativa quando sujeita às exigências da justiça social»

«No passado, a solidariedade entre as gerações constituía, em muitos países, uma atitude natural por parte da família; hoje, tornou-se também um dever da comunidade»

in "Compêndio de Doutrina Social da Igreja" 361 a 367

A globalização comporta uma mentalidade particular sobre os valores técnicos e sobre a riqueza, esquecendo valores fundamentais da convivência humana ...


Vaticano anuncia nova encíclica do Papa
Bento XVI vai apresentar reflexão sobre a esperança

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Novas formas de comunidade ... ideias perigosas?

As estruturas da Igreja de hoje não respondem cabalmente à sua missão: fazer chegar a todos os homens Jesus Cristo. Este modelo baseado em programações está longe de responder a um mundo que já não é de cristandade.
Um edifício, um pároco e um rebanho reunido na base de uma área paroquial é limitativo da missão anunciadora e denunciadora da Igreja. Baseia-se fundamentalmente na capacidade (ou não) do líder paroquial. Uma das consequências primeiras é a capacidade desse líder (o pároco) ser ou não congregador da comunidade. (Resultando em mobilidade ou desistência dos membros).
Verificamos que as nossas igrejas estão cada vez mais vazias, senão mesmo vazias, durante a semana. (Por questões de segurança estão mesmo fechadas). Excepção seja feita às tradicionais igrejas dos grandes centros onde as pessoas entram, anonimamente, para procurar um pouco de paz, descanso, intimidade… ou um confessor anónimo onde possa despejar o saco sem ser reconhecidas. Numa igreja de programações o pároco prega, faz casamentos, funerais, visita os doentes nos hospitais, atende o cartório, reúne com as comissões, encontros e, conforme o tamanho da igreja, supervisiona a equipe pastoral. Ele não tem tempo para conhecer a maior parte dos seus paroquianos. Não há tempo, numa semana atarefada, para conhecer o descrente. A comunidade, por sua vez, segue o exemplo do pastor. Se ele não converte (a não ser na sua homilia) eles também não tentam converter. Se a conversão não é prioridade para o líder, também não o é para a comunidade. Os agentes não são mais de 15% dos membros crentes da comunidade. Resta aos outros participar nas reuniões programadas para eles. A consequência é: uma elevada percentagem de elementos inactivos que, depois de participarem em uma ou duas reuniões, desistem pelo menos metade. (E procuram outros grupos onde encontrem espiritualidade, sensibilidade, religiosidade e outras ades…).
Um dos problemas numa estrutura destas é a comunidade “comunhão”. Não há tempo para apoio aos membros, não há lugar à intimidade. Os programas afastam os membros uns dos outros. Quando eles se encontram é no cenário neutro da igreja. Cada encontro é cuidadosamente programado: há um ensaio do coral, uma reunião de leitores, de catequistas, um orçamento a ser preparado. Unir-se em amor e compromisso não é possível. E depois celebra-se (a vida)… com cara de enterro. Não podemos esquecer que os homens de hoje estão mais interessados em “curtir a vida” do que em pensar na eternidade.
Não teremos algo mais a dar ao mundo entre o agora e a eternidade?
E depois analisamos a vida da igreja com base nos censos!
Falta de vocações… sim mas para párocos ou para padres? (já não falo no celibato nem na ordenação de mulheres!...)
Onde estão as comunidades de fé numa estrutura de programações?
Não se faz comunhão, não se faz evangelização, não se faz corresponsabilidade, dificilmente se faz partilha, formação… se faz Igreja, numa organização assim!...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

CRISTO REI e os reizinhos do nosso tempo!

A Igreja celebra, no próximo Domingo o dia de CRISTO REI. Esta festa foi instituída por Pio XI em 11 de Dezembro de 1925, com a encíclica Quas Primas. Pretendia-se afirmar a importância de Jesus para a humanidade.
A instituição da festa de Cristo Rei, em 1925 ressente-se do peso da história. Pio XI quer promover o reconhecimento de Jesus Cristo como o verdadeiro senhor de todos os corações, da Igreja e da sociedade. Assinala, com razão, a perda do referencial maior como a causa da arbitrariedade e do domínio do mais forte sobre o mais fraco.
Seria errado, contudo, pensar que basta invocar a realeza de Cristo para mudar essa realidade. O reinado de Cristo não consiste na sua coroação e entronização nos lares e ambientes de sociedade; está, antes, em usar e realizar os seus critérios nas relações. Afirmar Cristo como rei, significa tornar-se um servidor ou servidora como ele o é; cuidar dos necessitados como ele cuida; criticar os poderes constituídos como ele o faz; viver na simplicidade e no despojamento como ele. Nisto está a diferença qualitativa em relação aos modelos vigentes.

Os reizinhos do nosso tempo, a começar pela própria igreja hierárquica, na sua falta de humildade… dos bispos e padres que preconizam um despotismo pouco iluminado pela fé, desconhecendo a realidade da pobreza, da mansidão e da justiça... desconhecendo as dificuldades da família em viver os pesados jugos morais que lhe são colocados sobre os ombros… ou das realidades humanas dos marginalizados pela igreja, por não saberem amar(dizem!) ou por muito amarem … (divorciados, casados em segundas núpcias, ex-padres). Desconhecendo a solidariedade e a caridade, mesmo entre eles.

À Igreja de Jesus ainda falta alguma coisa para interiorizar a lógica da realeza de Jesus. Depois dos exércitos para impor a cruz, das conversões forçadas e das fogueiras para combater as heresias, continuamos a manter estruturas que nos equiparam aos reinos deste mundo… A Igreja corpo de Cristo e seu sinal no mundo necessita que o seu Estado com território (ainda que simbólico) seja equiparado a outros Estados políticos? A Igreja, esposa de Cristo, necessita de servidores que se comportam como se fossem funcionários superiores do império? A Igreja, serva de Cristo e dos homens, necessita de estruturas que funcionam, muitas vezes, apenas segundo a lógica do mercado e da política? Que sentido é que tudo isto faz?

Os reizinhos do nosso tempo, leigos que se entronizam por fazerem “o papel de leigos”! por serem empossados de poder ao lado de tantos humildemente dedicados ao amor pelos outros.

Os reizinhos que, na vida pública, política e económica, se servem dos “tachos” para terem viagens, carros de luxo, domínio sobre o pobre.

Os reizinhos que na vida privada utilizam o seu status de homem para bater nas suas esposas.

O século XX mostrou o quanto as relações internacionais sofreram devido à vontade de poder. Os acontecimentos recentes de invasões e prepotências mostram a importância de outros critérios para as relações humanas.

Aceitar Jesus Cristo como rei é, então, receber o seu Espírito, continuando a sua maneira de ser, a sua cruz e o seu amor aos outros. Significa dispensar as grandezas e glórias geralmente associadas ao poder. Aceitar pertencer a uma comunidade pequena, pobre e insignificante, mas atenta ao Evangelho e ao princípio do amor ao próximo e a Deus.
Também ,assim, seremos reis, nós os critãos, afrontando a forma de ser rei dos nossos governantes, patrões e empregados, politicos e economistas, chefes de família e filhos, gente aproveitadora do facto de terem a responsabilidade de servir(sevindo-se).

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O que deveria mudar na igreja portuguesa?

O resultado é inconclusivo... ou não!


É necessário mudar algo...

A formação dos leigos 33%

A formação dos padres 22%

A estrutura administrativa 44%

Que quer isto dizer?

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Visão caricaturizada da igreja

Como dizia Santo Agostinho: "Há os que se crêem dentro e estão fora; e há os que se crêem fora e estão dentro".

Deixou-me, mais uma vez, meditabundo e comovido a forma como vou lendo alguns comentários acerca da igreja. As confusões, a sã dúvida e a sã busca da verdade que muitas mulheres e homens, do mundo que habito, fazem acerca da Igreja.

Falta da presença visível de Cristo na sua organização;
Lugar de todas as superstições;
Local dos poderosos
Negócio chorudo;
Números:
Ritualismos;
Onda retrógrada de valores;
Praticantes e não praticantes;
Simpatizantes;


Visão caricaturadas de uma realidade, que não pode ser alheada da interdisciplinaridade do nosso quotidiano.
É facto que a igreja tem de fazer um mea culpa destas visões. A falta de seriedade com que se assumem ou não convições... ou o fruto mal colhido de tantas sementeiras mal feitas são o grande pecado do nosso tempo. É certo que milhões de homens não querem ouvir falar nesta Igreja. O homem que procura Deus, que procura justiça, que procura solidariedade, que procura transcendência, terá na igreja (dos bispos, dos padres, das beatas, dos poderosos, dos números, das proibições, do laxismo…) esta resposta? E tu cristão, que fazes por isso? Que fazes pelo mar, querida gota de água?

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Não queremos padres professores, padres operários, padres casados, padres celibatários…

"É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado, tendo em conta que todos somos um, desde quando fomos baptizados e integrados na família dos filhos de Deus, e todos somos corresponsáveis pelo crescimento da Igreja”Pediu Bento XVI aos bispos portugueses.
“Se fosse eu a influenciar o discurso do Papa acho que haveria alguns tópicos importantes a sublinhar: a urgência da formação de adultos; os padres apostarem na sua missão específica; valorização da espiritualidade; necessidade de experiências provocantes da fé; nova configuração da presença da igreja na sociedade e a urgência da igreja não fechar os olhos aos problemas dos mais carenciados da sociedade.” Ou então: “temos uma pastoral muito erótica porque fica apenas nos desejos.”
Tinha já dito D. Carlos Azevedo.

Que vamos fazer então?

Agir à luz do Evangelho de Cristo iluminando com a lei do amor as realidades dos homens portugueses, tornando a igreja pobre com os pobres, humilde com os humildes, sofredora com os que sofrem?
Como se os bispos não conhecem a realidade das comunidades, os padres não conhecem a realidade da família, do desemprego ou da pobreza (nem são educados para tal… em internato e celibato?
Agir na corresponsabilidade e igualdade pelo baptismo?
Como se os leigos continuam a se vistos como uma solução (mal necessário) para a falta de padres?
Como se os leigos continuam a receber formação para serem padres de segunda… “mais papistas que o papa”?
Agir na renovação de estruturas?
Como se se pretende continuar com a estrutura caduca da paróquia e do pároco e seus “fregueses” sem apostar em comunidades de fé e de valorização da espiritualidade?

Mudam-se os párocos e as comunidades mudam as estruturas para se acomodar a uma visão diferente do novo chefe…
Aparece um novo pároco e passam a “pagar-se” os sacramentos … ou não!
O bispo muda o pároco (sem ouvir a comunidade) e acontece a descontinuidade.
A mentalidade de pároco residente continua a ser incutida de cima…
Afinal qual o estatuto económico do clero? São assalariados ou com justo sustento?!!!!....
Direito a cobrar deslocações?... olha se os leigos também começam a cobrar!...

Igreja povo de Deus com múltiplas funções e missões (não há pretos nem brancos. São todos azuis… azuis claros à frente… azuis escuros atrás).

Novas maneiras de ser padres: ministros da comunidade para a comunidade precisam-se.
Não queremos padres professores, padres operários, padres casados, padres celibatários… queremos ministros ordenados da comunidade, com missões especificas, tais como todas as outras, dentro da comunidade. (louco, energúmeno e inergúmeno)!

domingo, 23 de setembro de 2007

Deus e o dinheiro

As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. Não se encontra nada verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração. Com efeito, a sua comunidade constitui-se de homens que, reunidos em Cristo, são dirigidos pelo Espírito Santo, na sua peregrinação para o Reino do Pai. Eles aceitaram a mensagem da salvação que deve ser proposta a todos. Portanto, a comunidade cristã sente-se verdadeiramente solidária com o género humano e com a sua história. (Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” sobre a Igreja no mundo de hoje do Concílio Vaticano II, nº. 1)

Não somos donos das riquezas mas meros administradores. “Não és acaso um ladrão, afirma São Basílio, tu que te apossas das riquezas, cuja gestão recebeste?... Ao faminto pertence o pão que conservas; ao homem nu, o manto que manténs guardado; ao descalço, os sapatos que se estragam em tua casa; ao necessitado, o dinheiro que escondeste. Cometes assim tantas injustiças quantos são aqueles a quem poderias dar”. E Santo Ambrósio continua: “É justo, pois, que, se reivindicas como teu algo daquilo que foi dado em comum (a terra) ao género humano e até a todos os animais, ao menos dês uma parte aos pobres; eles participam do teu direito; não lhes negues o alimento”. O que os Santos Padres pregam, referindo-se a casos particulares, agora inclui povos, nações, milhões de pessoas. Países ou grupos multinacionais controlam toda a riqueza com uma liberdade que não se pode discutir, continuam a fazer da riqueza a fonte de divisões e aproveitam-se dessas divisões para o seu domínio económico.
A propósito destas verdades e de muitas outras, baseando-se nas leituras de hoje, o senhor abade ía falando a medo da injustiça social. Como sempre, falar de economía, denunciando, é uma dor de cabeça. Porque a igreja não a concretiza dentro de si mesma (a começar pelas suas estruturas e membros hierárquicos) e porque o senhor, lá ao fundo da igreja, abana a cabeça porque está ali para ouvir falar de Deus e não de "política". Profetas precisam-se. Se o senhor abade sente repulsa em falar de injustiça social que convide leigos, comprometidos socialmente, para fazer a homilía.
Não te metas nisso rapaz!... Olha que este senhor abade veste fashion e o outro tem uma batina surrada....

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Ecumenismo



Ecumenismo e Verdade
Intenção Geral do Papa para o mês de SETEMBRO
Que a Assembleia Ecuménica de Sibiu, na Roménia, contribua para o crescimento da unidade entre todos os cristãos, pela qual o Senhor rezou na Última Ceia. [Intenção Geral do Papa para o mês de SETEMBRO]

1. Assembleia Ecuménica de SIBIU

O encontro ecuménico a que faz referência a Intenção do Santo Padre decorre entre os dias 4 e 9 deste mês de Setembro, na cidade de Sibiu, Roménia, país de maioria cristã ortodoxa. Trata-se da 3ª Assembleia Ecuménica, organizada pela Conferência das Igrejas Europeias (que reúne as Igrejas cristãs, excepto a Católica) e pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (da Igreja Católica). O tema é: «A luz de Cristo a todos ilumina. Esperança de renovação e unidade na Europa». Informação mais abundante sobre a mesma pode ser encontrada na internet (www.eea3.org). É mais uma iniciativa cujo objectivo último deve ser a unidade e comunhão visíveis de todas as Igrejas cristãs, segundo a oração de Cristo na Última Ceia; mas não pode perder de vista objectivos mais imediatos: o aprofundamento dos laços de comunhão já existentes, a redescoberta e valorização dos factores de unidade entre as Igrejas e, sobretudo, o esforço de dar um testemunho comum e inequívoco no essencial: a fé em Deus Trindade e no Senhor e Salvador Jesus Cristo, o anúncio do seu Evangelho, o testemunho da caridade.

2. Ecumenismo e diálogo inter-religioso

É comum confundir ecumenismo com diálogo inter-religioso. No sentido próprio, a palavra ecumenismo significa o diálogo entre as diversas Igrejas ou comunidades eclesiais cristãs. E isto distingue-o do diálogo entre religiões. Esta distinção é fundamental, precisamente para evitar equívocos. De facto, um dos frutos mais acabados do movimento ecuménico foi ajudar os cristãos a tomarem consciência de algo evidente mas quase sempre ignorado: os cristãos das diversas Igrejas não constituem religiões diferentes, antes pertencem a uma mesma comunidade de fé, a comunidade dos discípulos de Cristo – embora separados por diferenças doutrinais, por vezes graves e quase intransponíveis. Entre eles, portanto, não há lugar a um diálogo entre religiões, mas a um diálogo entre membros da mesma religião – os quais, agrupados em comunidades separadas, durante séculos não se falaram e até se odiaram e mataram uns aos outros mas, apesar disso, não deixaram de constituir uma família.

3. Ecumenismo e identidade

O verdadeiro ecumenismo supõe a consciência clara e sofrida da falta de unidade e de como isso prejudica o inteiro corpo de Cristo. E supõe, também, por parte de cada cristão e das diversas Igrejas, a firmeza na própria identidade e a consciência de que esta é fonte de diferenças. Devem ser entendidos neste contexto os esclarecimentos recentemente publicados pela Congregação para a Doutrina da Fé sobre a compreensão que a Igreja Católica tem de si mesma – os quais, aliás, nada acrescentam ao anterior documento Dominus Iesus, da mesma Congregação, e às afirmações do Concílio Vaticano II: «Esta Igreja [a única Igreja de Cristo], constituída e organizada neste mundo como sociedade, subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele, embora fora da sua comunidade se encontrem muitos elementos de santificação e de verdade, os quais, por serem dons pertencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade católica» (Constituição Lumen gentium, 8); e noutro documento, precisamente dedicado a reflectir sobre a unidade dos cristãos: «... só pela Igreja Católica de Cristo, que é o meio geral de salvação, pode ser atingida toda a plenitude dos meios de salvação» (Unitatis redintegratio, 3).
Ao afirmar o modo como se entende a si própria, a Igreja Católica não cria dificuldades acrescidas ao ecumenismo. Pelo contrário, presta um contributo inestimável ao diálogo com as outras comunidades eclesiais, clarificando o ponto de partida desse mesmo diálogo e contribuindo também para que aquelas reflictam sobre a própria identidade. O caminho ecuménico torna-se mais árduo? Sem dúvida, mas também mais verdadeiro. E se, como afirma Jesus, «a verdade nos torna livres» (cfr. João 8, 31), então o único caminho ecuménico capaz de libertar as Igrejas daquilo que, em todas, é impedimento para a plena unidade, é aquele percorrido na dureza própria da verdade e da fidelidade a Jesus Cristo.

in: Agência Ecclesia -Internacional Elias Couto 03/09/2007

Será a Igreja católica exemplo desta teologia, dentro de si mesma, na tolerância e caridade dos seus membros?

domingo, 26 de agosto de 2007

É necessário informar.

Existem milhares de blogs, sítios e portais com bastante qualidade na formação e informação teológica catequética e pastoral. Revistas, jornais, folhas paroquiais é coisa que não falta… quem sabe se até em demasia!!! A rádio está em força e a televisão já foi uma tentativa… o programa ecclesia é razoável.

Então porque é que a formação, a informação, a mensagem, não chegam onde deve supostamente chegar?

"Pelo segundo ano consecutivo, o Santuário de Fátima oferece uma semana de férias às mães que estão a tomar conta dos seus filhos deficientes em suas casas, para que ambos possam usufruir de um momento diferente de descanso."

A quem chegou esta informação?

Falamos de dentro para o interior…

"A Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa está a promover um curso de ensino à distância (curso pela Internet) de Síntese Catequética Avançada."

A quem chegou esta informação?

"Na próxima segunda-feira hà reunião de noivos!!!...."

Os interessados estão lá para ouvir?

Vem aí um novo ano pastoral.

Nas nossas comunidades as informações são para quem quase não tem necessidade delas (experiência da minha comunidade)…


Que canais estão a falhar? Que outros meios de comunicação? Como fazer? Sinceramente não sei. Gostaria de ouvir experiências positivas.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Ex-padre no desemprego

A propósito da notícia do DN de 28 de Junho de 2007 http://dn.sapo.pt/2007/06/28/cidades/lei_canonica_deixa_expadre_desempreg.html

Quero deixar no meu blog o comentário que fiz no blog dos padres inquietos.

Enfrenta dificuldades económicas” e não as enfrenta o Zé, O Manel, o licenciado e o analfabeto que estão no desemprego?
Esta é uma questão do homem da actualidade e o Francisco não é diferente. A pergunta será: que fazer de tantas pessoas que neste momento nem RSI… recebem nem são notícia (ainda bem) por não terem sido ex-padres?
Compete-me a mim, a ti, às instituições, à Igreja e ao próprio estado, colaborar na resolução de tantos problemas como este.
Por ter sido padre quer tratamento especial? Mesmo sendo ex parece continuar a ter uma atitude muito clerical....

Curso de teologia, de filosofia, de história, de literatura… de e de… e sem poder exercer aquilo para que estudou… feliz do licenciado em filosofia que é varredor de ruas e faz isso como se fosse a única coisa possível, desempenhando bem a sua profissão… e tanto licenciado em medicina, em enfermagem, em direito … exercendo tão mal aquilo para que foi preparado mesmo tendo a sorte de o exercer…

A liberdade. Não foi o Francisco livre de escolher? Foi e escolheu. São estas as regras do jogo e não nos podemos queixar das regras quando vamos jogar e as aceitamos. São injustas? Talvez… vamos então tentar mudá-las. O celibato é uma regra que talvez deva ser mudada. … louvor à honestidade do Francisco na decisão! Crítica e desaprovação àqueles padres que mantêm situações dúbias por conveniência e falta de coragem.
O uso da liberdade supõe o aceitar das consequências. Francisco, não admitas nem queiras ser coitado. Sê grande na decisão e no assumir das consequências.

A igreja “Aliás, aquilo que o bispo açoriano teve a iniciativa de fazer em seu benefício - a indicação para o lugar de professor de Educação Moral e Religiosa em dois estabelecimentos de ensino na ilha de São Miguel - recusou, por não aceitar que o caso lhe tivesse sido posto como "um favor e excepção". A falta de humildade também não é lá muito cristã.

O que me parece que deve ser tido em conta é a incapacidade da igreja de aproveitar pastoralmente este e tantos outros casos de homens de fé, com o seu saber e saber fazer. Mas também leigos divorciados, mal casados, casados segunda vez… aí está a cegueira, a teimosia, o anátema, o zelo rigorista excessivo e prejudicial no entendimento da PESSOA. Não sei se Francisco é homem de fé… compete à igreja, aos cristãos ajudar o Francisco sem condenações, anátemas, excomunhões, integrando-o na comunidade e aceitando o que ele tem para dar e receber. A integração na comunidade é o papel da igreja... o perdão... o "ninguém te condenou"...

Abraço, Francisco. Ser cristão é muito mais do que exercer o curso de teologia… quantos padres mesmo com o curso de teologia, mesmo estando no activo, ao serviço, dando-se por inteiro... não passaram já fome e tiveram de ser pedreiros, metalúrgicos etc. para terem sustento e assim poderem continuar a exercer o ministério? Quem tem ouvidos para ouvir… oiça.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Ateu do deus dos donos da igreja...

O Concílio criou, por momentos, uma forte respiração de Es­perança, logo seguida de uma aparente­ asfixia. Mas, entre tudo o que de ma­ra­vilhoso aconteceu no último concí­lio ecuménico, foi a inesperada consti­tui­ção conciliar Lumen Gentium que restituiu à Igreja o primado do Povo de Deus, invertendo de uma assentada a pirâmide clerical que punha o Papa aci­ma de tudo, e o Bispo em cada locali­da­de no topo de tudo, e em cada paró­quia os Padres à frente de tudo. Mas não é o que ainda agora acontece? Pa­re­ce, mas não é… mas é!
O “sistema” clerical já não funciona. Já não se aguenta. É um cadáver, um fóssil com os dias contados. O Concílio acabou com a pirâmide, inverteu-a. Virou-a com o bico para baixo.
Mas não há ainda padres a mais? É verdade que eles são cada vez menos. São uma espécie em vias de extinção e não há movimento ecológico ou de protecção de espécies que os salve da extinção. E a Igreja? Essa continuará a ter ministérios: bispos, presbíteros e diáconos e uma multidão de ministérios intermediários. Uns que já existem, outros a criar. A Igreja é um povo, o Povo de Deus, e os minis­té­rios são serviços ao serviço do Povo, desde o ministério do Bispo de Roma que na cadeira-de-Pedro preside à co­mu­nhão das Igrejas, até ao Bispo de cada Igreja Local com o seu Presbitério e os Diáconos entre nós ainda a rein­ven­tar. A Igreja, que dos Leigos recebe o nome e o conteúdo, é um povo. Uma democracia? Igreja-Democracia? Não, no sentido político, não, tal como tam­bém não é uma monarquia. É o Povo de Deus no sentido bíblico , es­ca­tológico: um Povo de Santos, Povo de Pro­fe­tas, o Povo Sacerdotal. Mas os Pa­dres é que são os sacerdotes? Não andamos para aqui cheios de paciência (calados demais) com os mandos e desmandos dos bispos e dos Padres que em nome de um funcionalismo e de funcionalidades fazem gato sapato do Povo de Deus? Não, o Cristo é o único sacerdote. O Cristo, cabeça e corpo, isto é, Ele e Nós, Nós nEle, Ele em-Nós. Impropriamente fa­lan­do, o ministério episcopal e presbite­ral mais tarde, muito depois da Carta aos Hebreus, e na sequência, por qu­an­to presidiam à Assembleia da Euca­ristia in nomine Domini, representam Cristo, cabeça da Igreja. Mas não cons­tituem um sacerdócio próprio. Próprio, conforme o ensino dos Apóstolos, é o sacerdócio de Cristo, cabeça e corpo, repito, Ele em-Nós, Nós nEle. A distinção dos dois sacerdócios, dos Padres e dos Leigos, é esta, não há outra. Povo Sa­cer­dotal.

O caminho traçado pela Lúmen Gentium é um itinerário apenas começado. Os velhos ví­cios do ritualismo e legalismo regres­saram rapidamente com grande dano pastoral. No século XIX dizia-se que os grandes avanços litúrgicos aconte­ciam por "desobediências" ousadas e corajosas. Hoje acontece o mesmo, pa­ra o melhor ou para o pior, pois tanto de­paramos nas nossas igrejas com belas e vivas celebrações como não pou­cas vezes estamos condenados a mo­nótonos, repetitivos e enjoativos actos litúrgicos incentivados pelo actual papa.
Claro que ninguém é dono da Liturgia, começando pelo Papa que tem as chaves do Reino, não só ele!
Por ser o Por­teiro, não é a Porta e também não é o dono da Casa. Toda esta dialéctica só encontra saída na liberdade dos filhos de Deus, sempre contrariada pelos dou­tores da Lei hoje tão chatos como foram nos dias de Jesus...
Senhores bispos as paróquias não são tabuleiros de xadez. Senhores padres, as paróquias não são benefícios para manter empregos mais ou menos rentáveis. E o povinho, os ministérios? Paleio de quem quer chegar a uma paróquia, ter tudo organizado, organizar à sua maneira e queixar-se do trabalho e de que os leigos não fazem nada…
Também desse Deus sou ateu. O meu deus é o de Jesus de Nazaré, o “homem”, o “Filho do homem” que se compadece das multidões.

Que fazer face às tristes regressões e estagnações que nos amarguram, ou azedam? Paci­ên­cia? Sim, mas a paciência que junta a espera com o inconformismo e a luta de quem não pode ficar desorientado nem inactivo.