terça-feira, 17 de julho de 2007

Deste deus sou ateu...

Uma coisa tenho vindo a pensar ao longo destes dias de interrogação: “e se Deus não existir?” Tenho-me sentido ateu. Ateu de alguns deuses que tenho procurado através desta negação. E se não existir um deus que me faz falta para justificar os meus comportamentos. Melhor ainda: comecei por dizer que vivi o meu fim de semana como se Deus não existisse. É verdade! Procurei que os meus comportamentos fossem livres de uma imagem de deus que me podia julgar por não ser crítico com os comentários ou comportamentos dos outros. Procurei que os meus julgamentos não tivessem em conta deus. E aconteceu. Não mudei. Não vivi de forma diferente. Os meus comportamentos não mudaram. Sou feliz, continuo a amar pelo gosto de amar, dá-me prazer ser quem sou e a beleza continua aí para ser olhada. O sol voltou. É bom olhar quem passa e o que se passa. E eu sou ateu de um deus que não me obriga a nada. O 'Os Irmãos Karamazovi' de Fiodor Dostoiévski em que, se ele não existe tudo é permitido, não existe mesmo. Tudo continua a ser, para mim, permitido, mesmo se Deus existir.

E se Deus não existir?

Deste deus sou ateu.

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